segunda-feira, 14 de maio de 2018

Eu e a Eurovisão

Há cerca de 25 anos que me dou ao trabalho de ver a Eurovisão.
Todos os anos.
Acho graça, fazer o quê?

Passei estes últimos 24 anos a achar que nunca na vida iríamos ganhar um terceiro lugar neste certame (adoro este linguajar de feira de gado), quanto mais sairmos vencedores da dita coisa. Mas parece que os votantes tinham outra ideia e o Salvador trouxe o troféu para casa no ano passado. apesar de não ser uma música da minha predilecção e de não simpatizar imediatamente com o intérprete, entendo que é um belo momento musical, que o poema é forte e com personalidade e tem um timbre muito próprio e muito original. E ficámos na história da Eurovisão como um dos vencedores e é isso que interessa.

Portanto, passei o último ano a esfregar as mãozinhas porque, FINALMENTE, CARALHO, íamos ter cá a porra do festival. Ia poder ver a preparação, as semi-finais, a grande final, tudo aqui ao lado, porque, pela primeira vez desde sempre (e provavelmente a última), o festival ia ser nesta terra onde Judas perdeu as botas.

Porém, o que é que sucede aqui a esta avestruz no preciso dia em que tem lugar a Eurovisão em Portugal?
Esta avestruz tinha um casamento.
Não era um casamento qualquer, é preciso dizê-lo; era um casamento de uma grande amiga, um evento muito esperado e muito sonhado (mais pela noiva que por mim, como parece óbvio) e, com elevada probabilidade, o último casamento a que irei comparecer nesta década (talvez mais), porquanto os meus amigos e familiares gostam mais da união de facto do que o Presidente gosta de tirar fotos, portanto nunca mais me safo com outro. Não me passaria pela cabeça faltar a este evento ou sair mais cedo de uma festa (muitíssimo porreira, por acaso) para ir, feita geek, ver a Eurovisão. Embora tenha de facto pensado nisso, mas enfim.


Foquemos-nos na ironia da vida, contemplemo-la por uns minutos e sigamos com o queixume.

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