A natureza comporta, na sua génese, una seres com asas, comummente denominados aves. Ou pássaros, tanto faz.
Há-os de várias estirpes e espécies, de todos os tamanhos e feitios, para todos os gostos e tendências.
Há os passarinhos, fofinhos e pequenos, que chilreiam alegremente enquanto saltitam pelo chão à procura de alguma migalha perdida.
Há os passarões, porcos e transmissores de doenças, que abundam em todos os sítios em que existam casas e carros onde cagar em cima.
E depois há as aves de agoiro. Aquelas existências que, onde quer que se vá, estão sempre, mais que não seja para ocupar o espaço e lançar a confusão.
Para onde quer que uma pessoa se vire, lá vem ao fundo do corredor, agitando as suas peninhas vaidosas, espalhando a peçonha, lembrando que uma boa oportunidade pode sempre ser estoirada quando se recordam coisas do passado.
Lembram que já sabem de onde se veio e para onde se vai. E mesmo que tenham que fazer, não faz mal, há que estar presente para recordar aos outros que possivelmente não vai correr bem e que se vai falhar. Redondamente.
Empestam o ar, truncam as expectativas e os sonhos, existem para preencher um espaço que seria de uma outra pessoa por mérito próprio, mas que desgraçadamente foi ocupado por este passarão, ditador de um destino negro para as almas.
Quantas vezes mais se verão estes seres?
Quantos existirão por aí?
Quantos existirão para cada um de nos?
Quando morrerão?
Estar-se-á a falar de passarões ou pessoas?
Quem sabe?
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